Massacre de 53: os Mártires da Liberdade de São Tomé e Príncipe 

by flavioboss

No dia 3 de fevereiro de 1953, São Tomé e Príncipe, então colônia portuguesa, testemunhou um dos eventos mais sombrios de sua história – o Massacre de Batepá. Esse episódio marcou o povo das ilhas e se tornou um marco crucial na trajetória do arquipélago em direção à independência, revelando as tensões sociais e políticas sob o jugo colonial. Veja nesse artigo algumas informações sobre esse acontecimento.

Bem, resumindo a história, o contexto que levou ao massacre esteve uma decisão do então governador-geral da ilha, Carlos Gorgulho, que pretendia forçar a população nativa ao trabalho nas roças de cacau e café e nas obras públicas. Sendo que no arquipélago havia, de forma crónica, grande falta de mão de obra, os serviçais eram, na sua maioria, indígenas angolanos, moçambicanos e cabo-verdianos.

Nas roças, o trabalho não era pago ou os ordenados eram de miséria. A violência à base de chicotadas era constante e a tentativa de trabalho forçado entre os nativos levou a que, nos inícios de 1953, a população se revoltasse. Foram repelidos com granadas e metralhadoras. Os indígenas fogem para as roças e os nativos para a mata.

A administração colonial arma, então, reclusos e serviçais roceiros. Dispensa a polícia e usa milícias de brancos. Começa a chamada “caça ao preto”, com resultados brutais. Execuções sumárias, casas incendiadas, mulheres violadas e mil são-tomenses levados para as cadeias onde são torturados, alguns mortos e quase todos levados para campos de trabalhos forçados na praia de Fernão Dias ano norte da ilha de São Tomé.

Hoje, o dia 3 de fevereiro é feriado nacional em São Tomé e Príncipe. Assinala o episódio que é tido como estando na origem do nacionalismo são-tomense. As vítimas da brutalidade colonial foram transformadas em heróis pela liberdade da pátria. O Massacre é lembrado e comemorado no arquipélago como um símbolo da resistência e determinação do povo em face da opressão colonial.

Depois da independência das ilhas em 1975, foi erguido um meonumento em memória das vítimas, um na Ponte de Fernão Dias, local onde ocorreu o massacre e outro na Vila de Batepá onde houve a maior retirada de pessoas (vítimas do massacre). A data é comemorada com uma “Marcha da Liberdade” da praça da Independência até a praia de Fernão Dias, com realização de algumas actividade e reflexões sobre os acontecimentos dessa data

Em suma, o Massacre de 3 de fevereiro de 1953 em São Tomé e Príncipe não é apenas um capítulo sombrio na história do arquipélago, mas também um catalisador para a conscientização e a luta pela independência. Sua memória é honrada anualmente, destacando a importância de aprender com o passado para construir um futuro mais justo e equitativo.

Muito obrigado pela leitura. Para mais informações sobre o massacre acesse: https://www.museudoaljube.pt/ ou https://ensina.rtp.pt/

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Caso tiver alguma dúvida ou precisar de alguma informação, pode entrar em contacto conosco pelo email: viagemasaotome@gmail.com ou pelo whatsapp: +2399027090.

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1 comente

Alberto Gouveia 7 de Fevereiro, 2024 - 22:53

Não sabia deste momento triste 😞

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